sexta-feira, 25 de junho de 2010
EUA avisam que as Forças Armadas têm de se submeter ao poder político - 24-Jun-2010 - 22:03 Os EUA avisaram hoje, em comunicado, que poderão não vir a apoiar a processo de reforma do sector da segurança na Guiné-Bissau, enquanto não ficar claro que as Forças Armadas se submetem ao poder político. “É impossível para os EUA contribuir para o processo de reforma da segurança e da defesa se essas pessoas, ou outros implicados no tráfico de estupefacientes, forem nomeados ou permanecerem em postos de responsabilidade nas Forças Armadas”, refere em comunicado a embaixada dos EUA em Dacar, Senegal. Washington vai mais longe, ao sublinhar que é “imperativo” que o chefe das Forças Armadas – que deve ser nomeado em breve pelo Presidente da República, Malam Bacai Sanhá, – não esteja “implicado nos acontecimentos de 1 de Abril”, evocando implicitamente o major-general António Indjai. O chefe do Estado-maior General, o almirante José Zamora Induta, foi afastado e substituído a 1 de abril pelo seu adjunto, o general António Indjai. No mesmo dia, o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior também foi detido e sequestrado durante várias horas por militares próximos de Indjai. Posição idêntica à dos EUA tem sido defendida pela União Europeia, cujos representantes em Bissau boicotaram hoje uma conferência de sensibilização para a reforma daquele sector organizada pela ONU e pelo governo guineense. A União Europeia suspendeu também o início de uma segunda missão de apoio à reforma do setor de defesa e segurança na sequência dos acontecimentos de 1 de Abril. No documento, a administração norte-americana exprime ainda a sua preocupação perante a manutenção em detenção “ilegal” de Zamora Induta e de outros oficiais e soldados. No documento, os norte-americanos disponibilizam-se, contudo, para trabalhar com o Executivo da Guiné-Bissau para “desalojar” as personalidades que “se servem do seu poder” para facilitar o tráfico de droga no país. No comunicado, a representação diplomática faz saber que os EUA estão “inquietos com as indicações segundo as quais destacados membros das Forças Armadas e do governo civil estão implicados no tráfico de estupefacientes” na Guiné-Bissau. “O governo americano espera trabalhar com as autoridades guineenses para desalojar as pessoas que ocupam funções oficiais e que se servem do seu poder para facilitar o tráfico de estupefacientes”, afirma-se no texto. No início de Maio, o Departamento do Tesouro norte-americano congelou os bens no estrangeiro do ex-chefe de Estado-Maior da Marinha, José Américo Bubo Na Tchuto, e do chefe de Estado-Maior da Força Aérea, Braima Papa Camara, alegando o seu papel significativo no tráfico internacional de estupefacientes. A Guiné-Bissau é considerada como um ponto de trânsito da cocaína sul-americana destinada à Europa. A fraqueza das suas instituições, a grande pobreza e a sua fachada atlântica são factores que facilitam o acesso através de navios ou aviões dos traficantes.
Conselho de Ministros recomenda aa presidente a libertação de Zamora Induta - 25-Jun-2010 - 14:20 O Governo da Guiné-Bissau recomendou ao Presidente, enquanto Comandante Supremo das Forças Armadas, para libertar o antigo chefe das Forças Armadas Zamora Induta, refere um comunicado do Conselho de Ministros, divulgado hoje. “O Conselho de Ministros entendeu recomendar ao Presidente da República, enquanto comandante Supremo das Forças Armadas, que se promovam diligências no sentido de ser restituído à liberdade o almirante Zamora Induta, em regime prisional há quase três meses”, refere o documento. “O Conselho de Ministros está convicto de que uma decisão política que ponha em liberdade o antigo chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas poderá ter reflexos entre as autoridades da Guiné-Bissau e a comunidade internacional, especialmente com os parceiros do desenvolvimento”, salienta. O almirante Zamora Induta foi deposto e detido 1 de Abril na sequência de uma intervenção militar, liderada pelo número dois das chefias militares, major-general António Indjai. Na sequência dos acontecimentos de 1 de Abril, a União Europeia suspendeu o início da nova missão para reforma do sector da defesa e segurança, que tinha como objectivo a aplicação daquele processo. A União Europeia condicionou o seu apoio à reforma e a continuação da ajuda à libertação de Zamora Induta, à nomeação de novas chefias militares e a que os responsáveis pelo 1 de Abril fossem apresentados à justiça. Os EUA avisaram na quinta-feira, em comunicado, que poderão não vir a apoiar a processo de reforma do sector da segurança na Guiné-Bissau, enquanto não ficar claro que as Forças Armadas se submetem ao poder político. “É impossível para os EUA contribuir para o processo de reforma da segurança e da defesa se essas pessoas, ou outros implicados no tráfico de estupefacientes, forem nomeados ou permanecerem em postos de responsabilidade nas Forças Armadas”, refere em comunicado a embaixada dos EUA em Dacar, Senegal. Washington vai mais longe, ao sublinhar que é “imperativo” que o chefe das Forças Armadas – que deve ser nomeado em breve pelo presidente Malam Bacai Sanhá – não esteja “implicado nos acontecimentos de 1 de Abril”, evocando implicitamente o major-general António Indjai. O comunicado do Conselho de Ministros refere também que o primeiro-ministro já entregou o nome de um oficial superior para chefe das Forças Armadas ao Presidente.
Guine bissau
Antonio indjai e o novo chefe do estado maior general das forças armadas guiniense
ele foi nomeado esta sexta feira pelo decreto presidencial numero 39 /2010
Antonio indjai substtui Almirante Zamora induta deposto e detido desde do passado mes de abril .
ele foi nomeado esta sexta feira pelo decreto presidencial numero 39 /2010
Antonio indjai substtui Almirante Zamora induta deposto e detido desde do passado mes de abril .
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Primeiro-Ministro deverá visitar a China em Setembro para aumentar a cooperação
O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, deverá visitar a China no próximo mês de Setembro para reforçar a cooperação entre Bissau e Pequim, anunciou hoje o chefe do executivo guineense aos jornalistas. Carlos Gomes Júnior fez este anúncio no âmbito de uma série de visitas realizadas a várias unidades hospitalares da capital guineense, nomeadamente ao novo Hospital Militar em construção pela cooperação chinesa no bairro de Brá. O Hospital Militar, que terá todas as valências médicas, deverá ser inaugurado no próximo mês de Julho, declarou o primeiro-ministro. Carlos Gomes Júnior voltou a agradecer os apoios que a China tem dado à Guiné-Bissau “praticamente em todas as vertentes”. Em relação aos hospitais visitados, o primeiro-ministro guineense prometeu uma melhoria substancial das condições de atendimento aos doentes, nomeadamente ao nível dos serviços da pediatria do Hospital Simão Mendes (hospital de referencia), onde crianças são internadas em condições difíceis. Há situações em que duas ou três crianças ocupam a mesma cama. O chefe do governo de Bissau visitou também as instalações do Hospital Raoul Follerou (tratamento de doentes de SIDA e tuberculose), Hospital 3 de Agosto (laboratório de saúde pública) e antigas instalações do centro de tratamento de doentes mentais e de prótese (danificadas pela guerra civil de 1998/99). Carlos Gomes Júnior disse que as obras de reabilitação dos dois centros serão iniciadas “muito brevemente”.
O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, deverá visitar a China no próximo mês de Setembro para reforçar a cooperação entre Bissau e Pequim, anunciou hoje o chefe do executivo guineense aos jornalistas. Carlos Gomes Júnior fez este anúncio no âmbito de uma série de visitas realizadas a várias unidades hospitalares da capital guineense, nomeadamente ao novo Hospital Militar em construção pela cooperação chinesa no bairro de Brá. O Hospital Militar, que terá todas as valências médicas, deverá ser inaugurado no próximo mês de Julho, declarou o primeiro-ministro. Carlos Gomes Júnior voltou a agradecer os apoios que a China tem dado à Guiné-Bissau “praticamente em todas as vertentes”. Em relação aos hospitais visitados, o primeiro-ministro guineense prometeu uma melhoria substancial das condições de atendimento aos doentes, nomeadamente ao nível dos serviços da pediatria do Hospital Simão Mendes (hospital de referencia), onde crianças são internadas em condições difíceis. Há situações em que duas ou três crianças ocupam a mesma cama. O chefe do governo de Bissau visitou também as instalações do Hospital Raoul Follerou (tratamento de doentes de SIDA e tuberculose), Hospital 3 de Agosto (laboratório de saúde pública) e antigas instalações do centro de tratamento de doentes mentais e de prótese (danificadas pela guerra civil de 1998/99). Carlos Gomes Júnior disse que as obras de reabilitação dos dois centros serão iniciadas “muito brevemente”.

Internacional Socialista devia ter condenado tentativa de golpe de Estado
Nova Iorque - A Internacional Socialista (IS) devia ter condenado a tentativa de golpe de Estado de 1 de Abril na Guiné-Bissau, cujo Governo é liderado por um partido membro daquela organização, defendeu hoje(segunda-feira), em Nova Iorque o Secretário Internacional do Partido Socialista Português.
José Lello que intervinha perante o Conselho da IS, reunido durante dois dias em Nova Iorque, disse, designadamente, que "a tentativa de golpe partiu de alguns militares influentes com ligações reconhecidas ao narcotráfico".
"É por isso que peço à Internacional Socialista que esteja atenta ao desenrolar dos acontecimentos e para intervir caso seja necessário", acrescentou.
O Governo guineense é liderado pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
Na sua intervenção, José Lello requereu a aprovação de uma "declaração de apoio" à Guiné-Bissau, "apelando ao regresso pleno à normalidade democrática" e para que o Primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior e o Presidente Malam Bacai Sanhá "possam exercer sem quaisquer constrangimentos os seus poderes constitucionais, bem como à libertação das personalidades do Estado que foram presas".
"Devemos também apoiar a continuação do combate determinado ao narcotráfico, a reforma urgente do sector da defesa e da segurança e a continuação do apoio e do enquadramento da comunidade internacional à Guiné-Bissau. Fazendo este apelo, estaremos a cumprir a nossa missão", concluiu.
A Guiné-Bissau voltou a viver momentos de instabilidade no passado dia 1 de Abril, devido a uma intervenção militar que culminou com a deposição e detenção do almirante Zamora Induta, chefe das Forças Armadas.
O Primeiro-ministro guineense também foi detido, mas acabou por ser libertado horas mais tarde.
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Uma missão do Fundo Monetário Internacional (FMI), chefiada por Paulo Drummond, vai estar na Guiné-Bissau entre quinta feira e o próximo dia 25 para contactos com as autoridades, anunciou hoje o Ministério das Finanças guineense. Durante a sua estada em Bissau, o FMI vai realizar dois seminários destinados a membros do Governo, doadores, organizações não-governamentais, sector privado e sindicatos sobre o apoio ao programa económico do Governo e a iniciativa HIPC (sigla inglesa para os países pobres altamente endividados). Além dos dois seminários, que se vão realizar na terça e na quarta-feira, o Ministério das Finanças vai também fazer uma apresentação pública das conclusões da missão do FMI no dia 25. Em Maio, o FMI aprovou um apoio de 33,3 milhões de dólares (cerca de 26 milhões de euros) ao programa económico do Governo da Guiné-Bissau para os próximos três anos, que, se tiver sucesso, significará um perdão de dívida. A administração do FMI, reunida em Washington, aprovou ainda o pagamento de uma segunda tranche de ajuda, no valor de 1,5 milhões de dólares, ao abrigo do programa de apoio a países altamente endividados (HIPC). A aprovação do programa de apoio, designado ECF, estava prevista para o início de Abril, mas foi adiada devido à desestabilização política registada naquela data em Bissau, com a detenção de alguns militares e políticos. No âmbito do programa, o Governo prevê reformas na administração pública, no sector da defesa e segurança e na criação de melhorias de investimento para o setor privado. A dívida externa da Guiné-Bissau está calculada em mais de 1,5 mil milhões de dólares e desde 2001 que o país tem tentado, sem êxito, cumprir com os critérios para que possa beneficiar de um perdão.
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