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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Lula da Silva e Malam Bacai Sanhá discutem missão de estabilização participação do Brasil numa
missão de estabilização na Guiné-Bissau domina a reunião hoje em Brasília entre os presidentes Lula da Silva e Malam Bacai Sanhá,
um encontro precedido de intenções da chefia militar guineense em passar à reserva mediante condições de sobrevivência. Segundo fontes diplomáticas de países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o novo chefe do Estado Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau, António Indjai, concorda que, caso se faça uma reforma de defesa e segurança, condigna e haja condições adequadas de sobrevivência aos militares, ele e os seus companheiros aceitariam ir para a reserva. Segundo as mesmas fontes, Indjai assinalou ainda a interlocutores da CPLP e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) que a missão de estabilização na Guiné-Bissau seria formada, na maioria, por contingentes de países da CPLP, e comandada pelo país a enviar o maior efectivo. Indjai tem-se manifestado contrário ao envio de forças externas para o país, mas disse publicamente que os militares terão que aceitá-la, por serem subordinados às decisões dos políticos. O Brasil já manifestou a sua disposição em participar numa possível missão de estabilização, mas ficou acordado nas reuniões mantidas este mês entre a CPLP, a CEDEAO e as autoridades guineenses que isto só ocorrerá mediante pedido expresso da Guiné-Bissau. Segundo fontes diplomáticas de países da CPLP, Malam Bacai Sanhá garantiu que, assim como o partido do Governo – Partido Africano de Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), as chefias militares do país estão de acordo com o envio de uma missão de estabilização. Há um claro interesse de Angola em assumir a liderança deste processo, admitiram, lembrando que o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, elegeu como uma de suas prioridades na Presidência por dois anos da CPLP uma solução para a instável situação da Guiné-Bissau. A diplomacia brasileira já descartou pressionar Malam Bacai para libertar os militares detidos no dia 1 de Abril, e ainda sem culpa formada, mas admitiu a possibilidade de o Brasil ajudar no andamento de inquéritos e processos que estariam paralisados por dificuldades financeiras. No passado 1 de Abril, a Guiné-Bissau sofreu mais um momento de instabilidade com uma intervenção militar que culminou com a deposição e detenção do chefe das Forças Armadas, almirante Zamora Induta, que continua preso no quartel de Mansoa, sem acusação. Um dos protagonistas desta intervenção militar, António Indjai, é o actual chefe das Forças Armadas. Segundo as fontes ouvidas pela Lusa, CPLP e CEDEAO estão em pleno acordo de que a Guiné-Bissau necessita adquirir um mínimo de estabilidade para que a comunidade internacional possa implementar a reforma do sector de defesa e segurança e a estratégia de redução de pobreza. Cabe agora às autoridades guineenses saber se querem e como querem esta ajuda e, então, formalizarem o pedido de envio de uma missão de estabilização. Malam Bacai Sanhá será recebido pelo Presidente Lula da Silva no Palácio do Itamaraty, onde haverá uma reunião dos dois líderes, seguida de um almoço.

Força militar só no quadro da ONU e UA, diz presidente parlamento angolano -

O presidente do parlamento angolano, Paulo Kassoma, defendeu hoje em Maputo o respeito pela soberania da Guiné-Bissau, afirmando que o envio de uma missão de estabilização para o país deve guiar-se pelas normas da União Africana e da ONU. “Qualquer posição que os nossos países devam assumir no quadro do apoio a outros países deve passar por decisão das organizações internacionais e das organizações regionais”, disse Paulo Kassoma aos jornalistas em Maputo. Paulo Kassoma falava à margem de um encontro com o chefe da bancada parlamentar do MDM, terceiro maior partido político moçambicano, Lutero Simango, no âmbito da visita de trabalho, que iniciou na segunda-feira a Moçambique. “Somos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e os nossos países têm concertado permanentemente, por forma a que a paz e segurança reinem entre os nossos estados e onde cada um pode contribuir no quadro do respeito pela soberania e independência de cada estado”, enfatizou Paulo Kassoma, que foi primeiro-ministro angolano até Fevereiro passado. Na qualidade de presidente da Assembleia Nacional de Angola, Paulo Kassoma referiu que esta instituição “seguirá a política definida pelo Estado angolano”, na matéria sobre o hipotético envio de uma força de paz para a Guiné-Bissau.
Ministério da Saúde incentiva mães a amamentar para reduzir mortalidade infantil

Bissau - O Ministério da Saúde da Guiné-Bissau iniciou uma campanha de sensibilização para levar as mães a darem o peito de forma exclusiva aos bebés até seis meses, como forma de reduzir a mortalidade infantil no país, anunciou hoje (quinta-feira) a Lusa, que cita fonte desta instituição.
Segundo o director geral da prevenção e promoção da Saúde Publica guineense, Umaru Bá, a campanha foi lançada este ano no sector de Bambadinca (centro), mas durante um mês, vai atingir todo o país, levando mensagens de sensibilização sobre a importância do aleitamento materno exclusivo.
De acordo com este responsável, os dados actualmente existentes no país "são preocupantes", uma vez que apenas 28 por cento das mães guineenses dão peito de forma exclusiva às suas crianças até os seis meses de idade.
"É uma taxa muito tímida. Esse número é muito pouco, pelo número de crianças que nascem no nosso país e pela disponibilidade de leite maternal", indicou Umaru Bá, frisando, que, apesar dessa realidade, nos últimos anos o país conseguiu subir a taxa de 10 para 28 por cento.
O director geral para a prevenção e promoção da Saúde, apontou a falta de conhecimento e os preconceitos como principais factores que inibem as mulheres a dar peito de forma exclusiva às suas crianças.
Umaru Bá disse que a situação "é tão complicada" quando se vê o número de crianças que morrem na Guiné-Bissau antes de completar cinco anos: 238 por cada mil nados/vivos.
"O aleitamento materno exclusivo de criança até aos seis meses pode reduzir até dez vezes a probabilidade da mortalidade infantil. É isso que pretendemos fazer compreender as mulheres do nosso país, através desta campanha agora lançada", assinalou Umaru Bá.
Nos próximos anos, é intenção do Ministério da Saúde reduzir em três quartos a mortalidade materna e mortalidade infantil em dois terços, por isso tem em marcha uma série de estratégias, frisou o director geral para a prevenção e promoção da Saúde.


Militares só querem uma simples casa e dinheiro para aguentar a velhice -

Uma casa e dinheiro para aguentar a velhice é aquilo a que se referem os elementos das Forças Armadas da Guiné-Bissau quando falam de “condições condignas” para irem para a reforma, defendeu hoje uma fonte do Estado-Maior General do Exército guineense. “Condição condigna é o que está no documento estratégico da reforma. Que um antigo combatente (veterano de guerra) que vá para reforma tenha um tecto e dinheiro suficiente para se aguentar de forma condigna com a sua família. Se houver isso, podem crer que muita gente sai da tropa”, disse a fonte do Estado-Maior das Forças Armadas. “Mas, isso não é nada de novo. Todo mundo sabe quais são as pretensões de muitos militares sobre a reforma. Muita gente quer sair, mesmo que seja amanhã, desde que haja essa condição”, acrescentou a fonte. A fonte referiu que, pelas informações de que dispõe “falta ainda muita coisa por fazer”, para que a reforma possa avançar, nomeadamente a constituição de um fundo de pensões e construção de casas para entregar aos reformados. “Muito dos combatentes estão aqui (nas Forças Armadas) vai para mais de 30 anos, muitos já não têm força para construir a própria casa. Ora, se serviram a Pátria durante toda vida, e agora é chegada a altura de irem descansar, é justo que a Pátria lhes dê um tecto e dinheiro para aguentar a velhice”, destacou a fonte. “No passado, foi feita a reforma, mas deu-se às pessoas tambores de aguardente e pipa de tabaco. Ora isso não é uma reforma condigna”, sublinhou a fonte do Estado-Maior das Forças Armadas guineenses, referindo-se à primeira tentativa de o poder político levar a cabo uma reforma no exército guineense nos anos 80. “Voltou-se a tentar (a reforma) no âmbito do PDRRI, mas também não deu em nada, porque deram às pessoas um dinheirinho que não dava para um chefe de família manter a sua família de forma condigna”, afirmou a fonte do Estado-Maior. A propósito do encontro entre os presidentes brasileiro e guineense, hoje, em Brasília, no qual Lula da Silva e Malam Bacai Sanhá deverão debater a participação do Brasil numa eventual força de estabilização a operar na Guiné Bissau, a Lusa noticiou que a reunião foi precedida de intenções da chefia militar guineense em passar à reserva, mediante condições de sobrevivência. Segundo fontes diplomáticas dos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o novo chefe do Estado Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau, António Indjai, concorda que, caso se faça uma reforma de defesa e segurança, condigna e haja condições adequadas de sobrevivência aos militares, ele e os seus companheiros aceitariam ir para a reserva

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terça-feira, 10 de agosto de 2010

Estradas de Bafatá figuram na lista de estradas prioritárias
A cidade de Bafatá à semelhança do sector de Canchungo, de Catió e do Sector Autónomo de Bissau foi, igualmente, escolhida e integrada na lista das regiões prioritárias do Fundo de Conservação Rodoviário, no âmbito da sua política de manutenção de estradas consideradas indispensáveis para a ligação de diferentes pontos da região, bem como a nível de Bissau.
Graças essas assistências, os proprietários dos veículos e utilizadores da via pública vão respirar de alívios, não só devido a condição de acessibilidade das pessoas e bens, como também vai contribuir no prolongamento da vida das suas viaturas, devido a qualidade da rede.
A este respeito, conversamos com um proprietário de um transporte público que na sua opinião o trabalho de conservação de estradas pelo Fundo de Conservação Rodoviário é contínuo e não deve limitar-se apenas na prevenção durante o período da chuva.
Abduramane Bari disse que apesar dos trabalhos iniciaram no mau período, mas estão sendo bem realizados, embora lembrou que as estradas não se faz com cimentos, mas sim alcatrões, porque ele, cimento não coabitam com a chuva no asfalto.
“Estou bastante sensibilizado com as acções do Fundo Rodoviário, porque não podemos continuar a ter estradas nas condições em que se encontram. É vergonhoso quando recebemos os nossos amigos doutros países, mesmo se forem da sub-região”, lamentou.
Ele disse que a nível da cidade de Bafatá não há grandes problemas, porque não existe estradas alcatroadas se não a avenida principal e a entrada e saída da cidade, mas noutros países e cidades do mundo as ruas são bem urbanizadas e asfaltadas. Acrescentou que na Guiné-Bissau até hoje nem se quer as cidades sectoriais não foram asfaltadas.
“Eu penso que se calhar não existe uma política do Governo para as estradas, porque não é possível ter um país independente há mais de 30 anos e que não consegue ultrapassar os problemas essenciais, por exemplo a questão de estrada”, questionou.
Entretanto, o Governo da Região de Bafatá explicou que as obras de manutenção se enquadram no âmbito da política do Governo regional em colaboração com o Ministério das Infra-estruturas, através da Direcção Executiva do Fundo de Conservação Rodoviário.
Segundo Carlos Adulai Djaló, a referida política visa acima de tudo criar as condições para a acessibilidade rápida das pessoas e bens a nível da cidade de Bafatá, bem como facilitar o acesso fácil dos visitantes à cidade e a estatua “Amílcar Cabral”, na zona baixa da cidade.
“Nós queremos marcar a diferença e mostrar o nosso dinamismo. Porque é preciso devolver, pelo menos, a cidade de Bafatá a cara que outrora tinha”, indicou, acrescentando que se os guineenses conseguiram ultrapassar o problema de instabilidade política, o país vai desenvolver-se num curto espaço de tempo.
Ele sustentou que o engajamento do Governo liderado por Carlos Gomes Júnior não se limita apenas em dar assistências às estradas, mas sim foram sentidos, um pouco, por todos os sectores, tendo lembrado que recentemente uma delegação chefiado pelo ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural fez a entrega de alguns equipamentos agrícolas doados pela Cooperação Portuguesa.
Finalmente, Carlos Adulai Djaló informou que para além da importância do Fundo Rodoviário e da contribuição do Governo local, também participaram neste programa um amigo de Bafatá na pessoa de Sello Djaló, empresa Maimuna Cape, Conselho Regional da Juventude, Palé Central e demais individualidades.
Importa referir que a recuperação de estradas nesta região não se limitaram apenas na cidade de Bafatá, mas sim Bafatá/ Ganado, Bafatá/Cossé e Tantã Cossé/Djabicunda, embora os trabalhos foram suspensos para o mês de Outubro, devido a intensidade da chuva.
Informa-se que já está em curso o pagamento, no Fundo de Conservação Rodoviário, a taxa de circulação do segundo semestre do ano 2010 aos transportes de fins lucrativos e para o ano 2011 está programado a introdução da taxa de circulação de viaturas de fins não lucrativas e a inserção da multa por excesso de carga.
Texto: Seco Baldé Vieira
Região de Tombali mantém esperança nos dias de manhã

A Região de Tombali fica situada no Sul da Guiné-Bissau à 293 km, da capital, Bissau, tem uma superfície de 3.736 km2, com uma população estimada em 102.482 habitantes e faz fronteira a sul com a República da Guiné-Conakry.
Está-se a referir uma região que há tempos era tido como o celeiro nacional, mas devido várias razões Tombali está-se a perder essa fama, devido a fuga da boa parte dos jovens do campo para as cidades e da diminuição da pluviosidade, obrigando os grandes lavradores, com idades avançados, a trocarem a cultura de arroz com a de cajueiros.
Do ponto de vista biológico e turístico, Tombali dispõe de uma enorme importância, a nível da diversidade da fauna e da flora. Tem uma imensa e densa floresta húmidas, onde se pode destacar sobretudo as essências tais como o "pau" miséria (Anisophyllea laurinal mampataz (parinari excelsa) "pau" veludo (dialium guineense) a tagarra (alstonia congensis) a farroba de "Iala" (albizia gummifera) e outras.
A área conta ainda com uma forte presença de florestas do mangal sobretudo a leste e ao sudoeste de Cabedu, palmeiras de óleo de palma em maciços não desbravados, bem como palmeiras de tara, laias ("bas-fonds") de água doce e de água salgada.
Mas devido a falta de estrada para aproximação destas potencialidade aos turistas, tornou-se aquela região numa potencialidade baldia e afastada da lista de prioridades, a nível das regiões da Guiné-Bissau.
A este respeito, o repórter do jornal Nô Pintcha efectuou uma viagem de reconhecimento a região, ao nível do sector agrário, onde mantive uma conversa com o director Regional da Agricultura que na sua opinião a natureza e os próprios camponeses não têm colaborados, nos últimos anos, para a manutenção da fama que a região tinha.
Mamadú Camará lembrou que a Região de Tombali era a grande potencial nacional, em termos da produção do arroz, mas devido a falta de mão de obras e da redução da chuva, que se verificou nos últimos anos, Tombali perdeu bastantemente aquela reputação.
O engenheiro agrónomo afirmou que também os camponeses não colaboram, porque segundo ele, os agricultores não acatam as orientações por eles, em colaboração com os serviços metrológicos dão regularmente.
Em relação à colheita, engenheiro Camará admitiu ser bastante satisfatória, embora referiu que houve momento em que a chuva reduziu bruscamente, num período de 15 dias, provocando alguns danos e alarmes aos camponeses.
Não obstante, referindo-se aos dados estatísticos da Direcção Regional da Agricultura, Mamadú Camará avisa que o presente ano agrícola poderá ser pior do que o ano passado.
Para contornar a tendência, este responsável disse ter aconselhado os agricultores para diversificarem a produção, sobretudo nos finais da chuva, cultivando mandiocas, feijão e batata-doce.
Ele lembrou que a diversificação da produção é uma mais-valia, porque segundo ele, a produção do arroz de mangrofe implica um trabalho muito duro, porque exige a renovação do dique de cintura, caso contrário a água mar pode invadir a cultura. No que concerne à diversificação da cultura, o director regional disse que a sua instituição beneficiou do FAO sementes do feijão, da batata-doce e do arroz de bas-fonds. Por outro lado, assegurou que, devido às razões acima evocadas, a agricultura não pode progredir enquanto não for mecanizada
“Nos últimos anos, há muitos agricultores que abandonaram o cultivo de arroz em relação ao de caju, pensando que a produção de caju será salvação, quando que não”, referiu acrescentando que a diversificação não deve limitar-se na plantação de cajueiro, mas sim a fruticultura também é uma potencialidade para explorar.
Ele disse que a direcção regional não tem técnicos suficientes para cobrir todos os sectores e nem meios para garantir um bom o funcionamento, aliás afirmou que a magra facturação da venda do chabéus é destinada ao pagamento do pessoal contratado.
Em relação aos técnicos, assegurou que graças ao apoio da direcção regionais e sectoriais da Floresta conseguem atingir e representar em locais em que estes serviços actuam.
No que concerne à conservação e exploração do Centro Agrícola de Catió (Granja) conhecido por DAS, Mamadú Camará disse que é do conhecimento de todos os técnicos e responsáveis ligados ao sector da agricultura que a Região e Tombali dispõe de uma instalação incontornável a nível nacional, construído desde 1986.
Para a evitar a rápida degradação o referido património, este responsável informou que decidiram afectar as casas a alguns concidadãos responsáveis que necessitam de alojamento para se cuidarem das casas e conserva-las contra os larápios que já roubaram janelas e portas das casas isoladas.
Ainda sobre o centro, Mamadú Camará disse que a ONG dinamarquês (ADPP) emitiu uma carta para o ministério, solicitando a cedência de duas casas para a criação de um Centro de Formação Profissional Multi-funcional na Região de Tombali, tendo acrescentado que neste âmbito uma delegação chefiada pelo chefe do gabinete do ministro visitou o centro e procedeu ao levantamento do seu estado físico.
Em termo de rodapé, o director regional disse esperar que a Região de Tombali volte aos seus melhores momentos, em que os camponeses vão respeitar com rigor o calendário agrícola e o Governo primará pela mecanização da agricultura como forma de lançar o sector agrário nacional.

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Bolama em direcção a morte desmerecida

A cidade de Bolama que era uma das referências a nível das metrópoles da Guiné Portuguesa devido a sua emblemática arquitectura, testemunhando assim a presença secular portuguesa no continente africano e na Guiné-Bissau em particular, transformou-se hoje numa das piores cidade do país, justamente por causa da desgovernação que o país sofreu ao longo da independência nacional.

Hoje para quem conhecia Bolama ao chegar no porto pode estranhar-se da tamanha selvajaria em que foi submetida, porque tristemente ela é vista como cidade abandonada a sorte da natureza, não só por não tiver a sorte doutras regiões, como é caso da região de Gabú, Bafatá e Cacheu, mas sim por não constituir preocupação dos partidos políticos.

Facto confirmado nas últimas eleições legislativas, em que nenhum líder político se deslocou aquela ilha para apresentar o seu projecto político para Bolama, região responsável de mais de 30% do Orçamento Geral do Estado, proveniente das pescas.

Contrariamente doutras regiões que sistematicamente beneficiam de grandes projectos dos parceiros do desenvolvimento internacional e do próprio Governo da Guiné-Bissau, em relação ao Arquipélago dos Bijagós, que continuam a flutuar na incerta de um amanhã melhor para os seus filhos.

Como consequência, Bolama vai assistir e sem jeito de estancar a o êxodo desenfreado dos seus nativos em busca da nova esperança, deixando para trás o sonho de que hão de chegar os melhores dias para os bolamenses.

Como isso não bastasse, o próprio estado físico de Bolama sentiu abalado pelo fenómeno forçando as infra-estruturas a transformarem-se em esqueletos, passando a servir de cartão de visita aos hóspedes e turistas que por ali passam, nomeadamente o Grande Hotel, Hospital Regional, Escola Piloto, Imprensa Regional, Comité de Estado, Monumento dos Combatentes da Liberdade da Pátria e a maioria de ruas e avenidas são intransitáveis, devido o capim e buracos que rodeiam a cidade.

No que diz respeito à juventude local, os poucos que ainda se resistem estão sem força para enfrentar os grandes problemas de Bolama, porque na verdade uma gota de água no oceano não significa nada. Apesar de alguns jovens com espírito nacionalista continuam a reclamar sem vitória os seus direitos, através das Associações Juvenis e pequenos agrupamentos sociais. Enquanto que outros a semelhança de muitos que já deixaram o país estão na lista de candidato a emigração, por entenderem que a única solução para eles é abandonar a sua terra natal em direcção ao mundo fora.

Um alto funcionário do Governo local disse que a Guiné-Bissau não pode desenvolver-se enquanto o Governo central não descentralizar a sua política administrativa, através da conclusão do ciclo eleitoral no país.

Lembrou que a região de Bolama podia continuar a servir vista como uma referência que era, porque sempre teve sorte de ter como governadores regional e administradores sectorial seus próprios filhos, mas infelizmente não conseguiram corresponder as expectativas dos bolamenses, em detrimento aos seus interesses pessoais.

“Aqui em Bolama os serviços públicos não funcionam. Não há condições de trabalho e os poucos serviços que resistem o isolamento funcionam nos edifícios improvisados. Um exemplo claro disso é que a nível de Bolama apenas um serviço é que dispõe do computador e mais vergonhoso ainda é que não há pelo menos uma máquina fotocopiadora nesta terra e se alguém precisar de fazer copia do documento tem que deslocar para faze-la em Bissau”, lamentou.

Importa referir que a mais de dez anos que a ligação pontual entre Bolama e Bissau deixou de ser através de um navio, passando ser assegurada pelas pirogas.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Reunião de oficiais sobre força estrangeira

Os oficiais superiores do exército da Guiné-Bissau iniciaram hoje (quarta-feira), em Bissau, uma reunião para se pronunciarem sobre a presença no país de uma força estrangeira desejada pelo governo, soube-se junto do Estado-maior do exército.

A decisão destes oficiais superiores, postos sob a autoridade do chefe de Estado-maior general do exército, o general Antonio Injai, será "submetida ao poder civil para ser seguidamente divulgada à opinião nacional e internacional", indicou à AFP o Estado-maior.

O governo de Bissau aceitou a presença de uma missão estrangeira para estabilizar este país afectado por uma instabilidade política e militar crónica, havia anunciado segunda-feira Soares Sambu, porta-voz do Conselho nacional da Defesa, ligado ao gabinete do presidente da República, Malam Bacaï Sanha.

"Trata-se de uma missão de estabilização e não de uma força como tal. Esta missão será composta de elementos da Comunidade económica dos Estados da África do oeste (CEDEAO), da Comunidade dos países de língua portuguesa (CPLP) e da União Africana (UA) ", precisou Sambu.

Segundo uma fonte próxima da representação da CPLP em Bissau, esta missão estrangeira será sobretudo "dissuasiva" tendo por objectivo "garantir a segurança das autoridades (civis) e parar com os sobressaltos político-militares, bem como desencorajar os golpes de Estado e apoiar as reformas no exército e nas forças de segurança".

Terá igualmente por missão "lutar contra o narcotráfico" que afecta a Guiné-Bissau, tornada nestes últimos anos numa das principais placas rotativas do tráfico de droga na África do oeste, de acordo com esta fonte.

O número de elementos dessa missão assim como o lugar onde será estabelecida na Guiné-Bissau continua ainda desconhecido.

A Guiné-Bissau, ex-colónia portuguesa independente desde 1974, é regularmente atingida por ciclos de violência política e militar nos quais o exército desempenha um papel importante.

O antecessor de Sanha, eleito em Julho de 2009, João Bernardo Vieira, foi assassinado por militares em Abril de 2009.

A 01 Abril de 2010, o general Antonio Indjai havia derrubado o chefe de Estado-maior general do exército, José Zamora Induta, e capturado o primeiro-ministro que havia sido ameaçado de morte.

Brasil entrega ao PAM 90 mil toneladas de alimentos para crianças

Bissau - A embaixada do Brasil na Guiné-Bissau entregou hoje (quarta-feira) ao Programa Alimentar Mundial (PAM) 90 mil toneladas de alimentos para crianças em idade escolar, disse o representante daquele organismo internacional, Pedro Figueiredo.

Segundo Pedro Figueiredo, o donativo, constituído por farinha de milho e soja enriquecida, está orçado em cerca de 100 mil dólares e vai ajudar a alimentar pelo menos 30 mil crianças durante um mês.

"Esta ajuda alimentar servirá como incentivo, para que os pais enviem os filhos à escola (...), sobretudo as raparigas", deverá contribuir também para a diminuição da taxa de abandono escolar, referiu o responsável do PAM, na cerimónia de recepção formal do donativo.

A ajuda brasileira destina-se ao programa Cantina Escolar que o PAM coordena, e que permite ao governo guineense dar alimentos às crianças, motivando-as, desta forma a frequentarem a escola.
Presença de militares estrangeiros é possibilidade a estudar, diz Xanana Gusmão
- 3-Aug-2010 - 11:41


O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, que é simultaneamente ministro da Defesa, admitiu hoje que militares timorenses possam vir a integrar uma futura força de estabilização na Guiné-Bissau.


“Vamos estudar essas possibilidades. É nosso dever ajudar os países irmãos, mas ainda vamos estudar”, declarou Xanana Gusmão.

Foi com um lacónico “vamos ver”, que o Presidente da República, José Ramos-Horta, comentou a possibilidade de Timor-Leste vir a integrar uma força internacional, salientando que a decisão de a receber cabe às autoridades guineenses.

“É uma prerrogativa do governo soberano da Guiné-Bissau. Se eles desejam uma força das Nações Unidas, espero que a ONU responda que sim”, disse.

O general Matan Ruak, Chefe do Estado Maior das Forças de Defesa de Timor-Leste (FALINTIL-FDTL), questionado pela Lusa, escusou-se a tecer considerações.

“É um problema que não me compete a mim comentar. Os guineenses saberão qual é a melhor forma de resolverem os seus problemas, assim como os timorenses, que têm os seus próprios problemas”, limitou-se a dizer.

As autoridades políticas e militares da Guiné-Bissau concordaram com o princípio da presença de uma força de estabilização, anunciou domingo em Bissau um porta-voz da presidência guineense.

Em declarações à imprensa, à saída de uma reunião do Conselho de Defesa Nacional guineense, presidida pelo Presidente Malam Bacai Sanhá, o porta-voz Soares Sambu afirmou que essa decisão havia sido tomada e que seriam agora iniciadas as formalidades necessárias.

Segundo Soares Sambu, a aceitação da futura força vem na sequência dos apelos nesse sentido feitos à Guiné-Bissau nas recentes cimeiras de chefes de Estado e governo realizadas na cidade de Sal, Cabo Verde, na cimeira da CPLP que se realizou em Luanda, Angola, e as decisões da cimeira da União Africana, q

De acordo com o representante do PAM, esta organização internacional fornece atualmente ajuda alimentar a 122 mil alunos do ensino básico, dispersos por cerca de 800 escolas da Guiné-Bissau.

Além da baixa frequência escolar, sobretudo, nas comunidades rurais guineenses, as crianças tendem a faltar às aulas durante o período da comercialização da castanha de caju (principal produto de exportação do país), na época da campanha agrícola.

Nos últimos anos, e com ajuda do programa Cantina Escolar, o PAM, a Unicef e o governo guineense estão a conseguir reduzir a taxa de insucesso escolar das crianças.







segunda-feira, 2 de agosto de 2010

UE não renova missão de apoio ao sector da segurança na Guiné-Bissau




Bruxelas (Bélgica) - O Conselho da União Europeia (UE) decidiu não renovar o mandato da missão na Guiné-Bissau, que termina no próximo dia 30 de Setembro, foi hoje (segunda-feira) divulgado em Bruxelas, nomeadamente devido à instabilidade política no país.




"A instabilidade política e a falta de respeito pelo primado da lei no país impossibilitam que a UE prolongue a missão, como estava inicialmente previsto, sem comprometer os seus próprios princípios", segundo um comunicado hoje divulgado pelo Conselho.




A UE aponta ainda "a recente nomeação do general António Indjai para a chefia das Forças Armadas como mais um recuo no processo de consolidação democrática e confirma a falta de condições para o envio de uma nova missão" de apoio à reforma do sector da segurança.




No passado dia 06 de Julho, a Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros pediu, em Bruxelas, a revisão dos acordos entre a UE e a Guiné-Bissau na sequência da nomeação de Indjai.




Catherine Ashton "considera que a actual situação pode constituir uma violação dos compromissos assumidos pela Guiné-Bissau no que diz respeito aos direitos humanos, democracia e Estado de Direito", segundo uma declaração da sua porta-voz.




A responsável pela Política Externa da UE recorda que esses são "elementos essenciais do Acordo de Cotonu" e "pede uma revisão do compromisso global da União Europeia na Guiné-Bissau".




Ashton manifesta a sua "consternação" com a recente nomeação do Major General António Indjai para chefia das Forças Armadas.




Indjai "foi o principal responsável pelo motim de Abril na Guiné-Bissau", segundo a declaração da porta-voz de Catherine Ashton.




Indjai foi o protagonista da intervenção militar de 01 de Abril, que levou à deposição e detenção de Zamora Induta da chefia das Forças Armadas e que continua detido desde então.




A missão da UE na Guiné-Bissau foi criada pela presidência portuguesa da instituição e começou em Junho de 2008, com o objectivo de contribuir para o desenvolvimento de planos da reconstrução e redimensionamento das forças armadas e corpos policiais. Tinha um orçamento de 5,7 milhões de euros.




No domingo, a Guiné-Bissau anunciou a disponibilidade para receber uma força de estabilização no país.



Partido de Kumba Ialá analisa possibilidade de força de estabilização no país

Bissau - O Partido da Renovação Social (PRS, líder da oposição) do ex- presidente guineense, Kumba Ialá, vai analisar em reunião ainda hoje (segunda-feira) a possibilidade admitida pelas autoridades de aceitar a vinda de uma força de estabilização no país, disse à Lusa fonte oficial do partido.




Segundo o presidente interino do PRS, Ibraima Sory Djaló, os órgãos competentes do partido reúnem ainda hoje para uma análise do anúncio feito no domingo pela presidência guineense e só depois sairá um pronunciamento dos "renovadores".




Na sequência de uma reunião do Conselho de Defesa Nacional da Guiné-Bissau, um porta-voz do Presidente, Malam Bacai Sanhá revelou à imprensa que havia sido tomada entre os dirigentes políticos e militares sobre a aceitação do principio da vinda de uma força de estabilização.


A composição e o mandato da força ainda não foram especificados.


Segundo o conselheiro para as relações externas da presidência, Soares Sambú, essas questões serão discutidas em reuniões que as autoridades guineenses vão iniciar brevemente, em Bissau, com os representantes da União Africana (UA), Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Sociedade civil se congratula com possibilidade de força estalibilização

Bissau - O Movimento Nacional da Sociedade congratulou-se hoje (segunda-feira) com a decisão das autoridades do país, que admitiram a possibilidade de uma força de estabilização internacional no país, disse à Lusa o vice-presidente da plataforma que agrupa mais de 100 organizações.




Segundo Mamadu Queitá, também porta-voz do Movimento, a sociedade civil entende que "há muito que o país estava a precisar de uma força internacional", uma vez que "ficou provado que as autoridades legítimas não têm condições de controlar as Forças Armadas" guineenses.




"É uma decisão bem-vinda", defendeu Mamadu Queitá, frisando que "os vários episódios ocorridos no país já justificavam a vinda de uma força", para ajudar as autoridades a controlar as forças de Defesa e Segurança.




"É notória a desorganização do aparelho do Estado e a insubordinação das forças de defesa e segurança ao poder civil. Aconteceram vários casos que ficaram sem esclarecimento. A aceitação de uma força internacional é um passo importante que vai ajudar na estabilização efectiva do país", considerou Mamadu Queitá.




Para este activista da sociedade civil, com a vinda dessa força, cujos contornos ainda se desconhecem, a Guiné-Bissau terá as condições necessárias para arrancar com o programa de reforma do seu sector de defesa e segurança.




"Esse programa é imprescindível para o futuro do país. Com ou sem o apoio da comunidade internacional as nossas autoridades deviam levar avante a reforma", defendeu o porta-voz das organizações da sociedade civil.


Mamadu Queitá entende também que a vinda de uma força de estabilização dará garantias aos cidadãos e protecção aos titulares de órgãos de soberania.