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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Sector de Mansoa na rota do abismo

Uma vila perto da capital, mas longe do desenvolvimento

“A Guiné-Bissau não pode desenvolver-se sem que os guineenses tenham o verdadeiro amor à sua pátria”, afirmou a adminsitradora do Sector de Mansoa, Nheta Na Onça, durante uma entrevista que concedeu ao Jornal Nô Pintcha.

Ela disse que o desenvolvimento deste país depende exclusivamente dos seus filhos porque, segundo ela, ninguém virá de fora para o assumir, adiatando que a Guiné-Bissau foi e continua a ser vítima dos seus filhos que em vários momentos optaram pela via da força na resolução dos seus problemas.

Segundo Na Onça, o Sector de Mansoa não conseguiu também progredir, porque a situação é conjuntural. Aliás, as fracas receitas provenientes da cobrança do mercado e da “Feira Popular” não chegam para pagar salários aos funcionarios locais e muito menos para investir na sua recuperação.

“Aqui não há energia eléctrica e nem água potável para a população de Mansoa. Tudo isso associado com o problema do saneamento básico, porque não temos viaturas e nem tractores para removerem lixos na cidade e no mercado”, indicou.

Lembrou que, em 2005 quando assumiu a função pela primeira vez, conseguiu da parte da ADPP um apoio financeiro para a abertura de um furo de água no mercado, mas infelizmente não se concretizou devido a má qualidade da terra que desabou a 18 mts, tendo acrescentado que no mesmo período e da mesma organização mobilizou um apoio financiero para a reacuperação de duas casas-de-banho no mercado.

No que concerne ao sector energético, Nheta Na Onça disse que as Forças Armadas haviam electrificado a cidade de Mansoa, no âmbito da sua política de reconcialiação, aproveitou aquela instalção para mobilizar apoios em combustível para o abastecimento da central local, mas a chegada do combustível coincidiu com a sua exoneração e, infelizmente, o seu sucessor não o usou da melhor forma e, o mais grave é que os cabos eléctricos foram todos roubados.

“Conheço um pouco a importância da saúde mas, infelizmente, não posso limpar a cidade de Mansoa, porque não tenho meios materiais e financeiros para suportá-la. Mesmo eu, na qualidade de administradora, não tenho viatura, a casa onde resido é uma casa emprestada”, lamentou.

Ela disse que os bons filhos de Mansoa sabem que ela é uma mulher trabalhadora, aliás informou que deixou algumas provas da sua dedicação. Acrescentou que as receitas da “Feira Popular” não chegam para nada, por isso tem popuca margem para fazer milagres.

Questionada sobre o estado de saúde da geminação entre a cidade de Mansoa e a cidade de Lolé, de Torres Noa, de Matosinho e a de Penela, Nheta Na Onça respondeu que nunca será frutuosa a geminação se na Guiné-Bissau os homens não estão interessados na paz e na estabilidade do país.

Segundo a administradora, os apoios doados por aquelas edilidades são impostos e fruto de sacríficio de um povo que pensa em desenvolvimento, portanto não serão metidos onde se fala muito e trabalha-se pouco.

Ela assegurou que se o país estiver calmo e toda a gente se virar para o desenvolvimento os tradionais parceiros poderão vir a retomar os seus programas de apoio ao desenvolvimento, como forma de impulsionar a Guiné-Bissau a sair da situação em que se encontra. Caso contrário, alertou que se os guineenses não mudarem os seus comportamentos e levarem no coração a Guiné-Bissau, a pátria de Amílcar Cabral precisará de muito tempo para se encaixar no trem do desenvolvimento.

Apesar das dificuldades, “nós continuamos a bater às portas dos nossos parceiros para que não se abandone Mansoa, porque o Governo Central não está em condição de acudir a todos os problemas que o país apresenta”, referiu, acrescentando que a sua administração está fortemente empenhada na mobilização de parceiros para mudar a imagem da cidade, porque a esperança está na receita local.

A nível da agricultura, a administradora disse estar esperançada de que este ano a colheita será boa, na medida em que a chuva cai regularmente e também não houve ainda nenhuma inundação das bolanhas. Um outro motivo para se regozijar tem a ver com a informação de que a cultura este ano, a nível de Mansoa, poderá estar livre de qualquer praga.

Guerra aberta instalada contra a administradora

A administradora do Sector de Mansoa disse à nossa reportagem que ouviu pela Emissora Católica Local, “Rádio Sol Mansi”, uma notícia, segundo a qual um grupo de pessoas não identificadas estão a preparar uma marcha de protesto contra a Administração Local ou contra a sua pessoa.

Nheta Na Onça explicou que ela nunca tomou conhecimento ou foi avisada de que um grupo de pessoas nativas de Mansoa discordavam com a sua administração ou da sua pessoa, pelo que está conscientemente tranquila.

“Gostaria muito que esse grupo de pessoas previlegiassem, primeiramente, o diálogo ao invés de estarem a organizar uma marcha de forma secreta. Eles podem fazer a marcha da forma que quiserem, mas é bom que seja na base da razão ou por fortes motivos, nós por cá estamos tranquilos e a trabalhar para melhorar o visual da cidade, aliás é a missão que o Governo nos incumbiu”, avisou.

A administradora disse que ela e a sua administração não têm nenhuma questão travada com a população de Mansoa e mantém boa relação com toda a gente e participam nas suas actividades.

Aconselhou ao dito grupo para que recorra à administração, à procura da verdade e do esclarecimento e para que não vá a reboque de ninguém, acrescentou, indicando o Governo da Região para se inteirar daquilo que acharem estar errado, ao invés de estarem a reclamar em vão.

Para confirmar essa informação, a nossa reportagem tentou sem sucesso localizar o referido grupo, apesar de todas as tentativas efectuadas e até nas conversas de café mantidas com diferentes camadas sociais local.

Texto e fotos: Seco Baldé Vieira

Japão financia programa Cantina Escolar com três milhões de dólares
Bissau - O Governo do Japão disponibilizou cerca de três milhões de dólares americanos para apoiar os programas de cantina escolar e nutrição na Guiné-Bissau, anunciou hoje (quarta-feira), a BBC.
O apoio financeiro doado sob forma de donativo foi anunciado esta terça-feira pelo Programa Alimentar Mundial PAM através de um comunicado a imprensa.

Segundo Pedro Figueiredo, representante do PAM em Bissau citado no comunicado, os beneficiários deste donativo serão as crianças menores de cinco anos , mulheres grávidas e a amamentar e doentes de SIDA.

De acordo com o comunicado que a BBC teve acesso, o referido donativo permitirá a aquisição de 2800 toneladas de papa de milho e soja para 94 mil alunos e cerca de 1600 mulheres grávidas e a amamentar.

Segundo Maya Hamada, Primeira Secretaria da Embaixada do Japão para a Guiné-Bissau com residência em Dacar, o governo japonês aposta no apoio alimentar e assistência nutricional para pessoas mais vulneráveis incluindo crianças desnutridas, mulheres grávidas, pessoas idosas e doentes.

O apoio nutricional é uma componente dos cuidados de saúde básicos. Tem contribuído para salvar vidas e para a redução da mortalidade materno-infantil.

Na Guiné-Bissau o programa de cantinas escolares lançado pelo PAM cobre cerca de 800 escolas fornecendo mais de 120 mil refeições diárias.

Além de aumentar a taxa de inscrição, essa assistência ajuda no desempenho dos alunos nas escolas e contribui para a redução das disparidades entre rapazes e raparigas.

As meninas, para além das refeições nas escolas levam para casa uma ração adicional, como incentivo aos pais para que mantenham as suas filhas na escola.



Missão de estabilização vai ser debatida no parlamento em Novembro

Luanda - A ministra da Comunicação Social e dos Assuntos Parlamentares da Guiné-Bissau, Maria Djaló, disse terça-feira em Luanda que o envio de uma missão de estabilização de paz para o país vai ser debatida em Novembro no parlamento guineense.

Maria Djaló falava à imprensa após um encontro com o ministro angolano da Defesa, Cândido Pereira Van-Dúnem, com quem se reuniu para manifestar o seu agradecimento pelo apoio de Angola à Guiné-Bissau.

Segundo a governante guineense, o assunto sobre a missão de estabilização de paz para a Guiné-Bissau vai ser debatido em Novembro, altura em que terá início o ano legislativo da Guiné-Bissau.

"Este assunto vai ser debatido na sessão que vamos ter no mês de Novembro, porque a nossa Assembleia agora encontra-se de férias", salientou Maria Djalo.

Fonte da Assembleia guineense disse à agência Lusa que, antes do regresso dos deputados aos trabalhos, a comissão permanente do parlamento vai discutir nesta quarta-feira os contornos da eventual vinda de uma missão de estabilização para o país.

A comissão permanente é um órgão que substitui os plenários quando não há sessão do Parlamento guineense.

No dia 01 de Agosto, no final de uma reunião do Conselho de Defesa Nacional guineense, a Presidência do país anunciou que as autoridades políticas e militares concordaram com o princípio da vinda de uma força de estabilização.

Entretanto, o ministro da Defesa guineense, Aristides Ocante da Silva, disse em Luanda no final de uma visita a Angola que "não vale a pena ir por caminhos dispensáveis", como a missão de estabilização de paz, quando há possibilidade de cooperação como a que está a ser implementada com Luanda.

Sobre o encontro com Cândido Pereira Van-Dúnem, a ministra da Comunicação Social e dos Assuntos Parlamentares guineenses disse que serviu para agradecer o apoio que o ministro da Defesa tem estado a prestar à Guiné-Bissau, no quadro da missão que o governo angolano lhe confiou.

Os governos de Angola e da Guiné-Bissau assinaram um protocolo de cooperação no domínio da Defesa, onde o Ministério da Defesa angolano vai ajudar a implementar o processo de reforma do sector da defesa e segurança daquele país.

Cândido Pereira Van-Dúnem disse que o encontro serviu para passar em revista aspectos relacionados com a intervenção do sector da comunicação social na implementação do protocolo que recentemente foi assinado.

"Como é óbvio a comunicação é um órgão que não pode estar ausente de um processo dessa natureza, daí a razão de, além de termos trocados impressões sobre outros aspectos relacionados com a relação de cooperação e amizade dos dois países, também falarmos fundamentalmente sobre aquilo que poderão ser os apoios que Angola, no âmbito da reforma do sector da defesa e de segurança da Guiné-Bissau, pode também prestar à comunicação social da Guiné-Bissau", referiu.


Chefe do exército iniciou hoje visita Guiné-Conakry

Bissau - O chefe do estado-maior general das Forças Armadas da Guiné-Bissau, o general António Indjai, está desde hoje (terça-feira) de visita à vizinha Guiné-Conakry, com vista ao reforço dos laços de cooperação militar entre os dois países, soube a PANA de fonte oficial em Bissau.

O general António Indjai, que partiu segunda-feira para Conakry para uma estada de 48 horas, visita a Guiné-Conakry acontece numa altura em que se registam tensões e violências entre militantes dos dois candidatos à segunda volta das eleições presidenciais, prevista para 19 de Setembro.

Indagado sobre a concidência da visita do general António Indjai à Guiné-Conakry nesta altura de tensão política, a fonte precisou que a viagem tem "carácter puramente militar".

"Esta viagem foi preparada há muito tempo antes dos acontecimentos dos últimos dias em Conakry", indicou a fonte do Estado-Maior General das Forças Armadas.

Em relação à recente deslocação do chefe do Exército guineense a Angola, a fonte disse que a mesma permitiu rubricar acordos de cooperação com as Forças Armadas Angolanas (FAA) em várias áreas, nomeadamente para a reabilitação de casernas, a formação de pessoal militar, a abertura de escolas militares e o fornecimento de material.

Representante do SG da ONU em Portugal para debater situação no país

Bissau - O representante especial do Secretário geral da ONU para a Guiné-Bissau, Joseph Mutaboba, reúne-se hoje(terça-feira) em Lisboa com o ministro dos Negócios estrangeiros, Luís Amado, e com o secretário executivo a CPLP para debater a situação no país africano.
Segundo uma nota publicada no site oficial da missão da ONU na Guiné-Bissau, Joseph Mutaboba iniciou na segunda-feira uma viagem de 10 dias a algumas cidades europeias para discutir com as autoridades a necessidade de apoiar a Guiné-Bissau nos esforços e reformas para garantir a estabilidade.
Antes de Lisboa, o representante do secretário geral da ONU esteve em Paris, onde manteve encontros com a presidência francesa, Ministério dos Negócios estrangeiros e representantes da francofonia.
Entre quarta-feira e sábado, Mutaboba estará em Londres, onde será recebido, entre outros, pelo ministro para África britânico, Henry Bellingham. Depois de Londres, Joseph Mutaboba segue para Bruxelas (domingo), onde permanecerá até 23 deste mês para encontros com a Comissão Europeia e representantes da Suécia, Espanha, Alemanha e França. No início de Agosto, as autoridades políticas e militares da Guiné-Bissau concordaram com o princípio do envio de uma força de estabilização para o país sob a égide das Nações Unidas.
No entanto, no sábado, o ministro da Defesa da Guiné-Bissau, Aristides Ocante da Silva, considerou a missão de estabilização de paz "dispensável" se a cooperação no sector de defesa e segurança com Angola avançar.