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sábado, 18 de setembro de 2010

Produtores guineenses aprendem técnicas para a valorização dos produtos locais

Bissau - Uma especialista portuguesa esteve a ensinar aos produtores da Guiné-Bissau as técnicas de marketing para a valorização dos produtos locais e defende que o rendimento do país podia subir se fossem tomadas algumas medidas.

Susana Costa e Silva, professora da universidade católica do Porto, está em Bissau, a convite da ONG Tininguena, para dar formação em marketing aos responsáveis de duas dezenas de organizações que lidam directamente com os produtores locais.

Ensinar as técnicas para "um melhor entendimento das estratégias de marketing e comercialização de produtos locais", foi o objectivo principal da formação de 15 dias que Susana Costa esteve a ministrar e que terminou sexta-feira última.



"Ao longo destas duas semanas, o nosso trabalho consistiu em explicar às pessoas do grupo de trabalho a melhor forma de fazer chegar o produto produzido pela terra, ao circuito de distribuição e, por conseguinte, ao consumidor final que tanto pode estar aqui no país como lá fora", declarou Susana Costa.



A professora portuguesa defendeu que, se fossem levadas em conta algumas técnicas de marketing, nomeadamente melhor comunicação entre produtor e consumidor, certificação de qualidade do produto da terra, os produtores guineenses "podiam ganhar muito mais do que aquilo que atualmente ganham".



Susana Costa e Silva defendeu que os produtores guineenses podiam ganhar mais se fossem capazes de colocar os seus produtos, com um selo 'made in Guiné-Bissau', nos mercados em que existem pessoas, oriundas do país, ou estrangeiras que já viveram ou trabalharam ali e que tenham regressado a casa.



"O segmento da saudade, que não é só de nacionais da Guiné-Bissau, é um grande mercado potencial, além do lugar que os produtos locais têm pelo seu próprio valor e mérito", afirmou.


Mas, pelas informações que foi recebendo dos formandos, a especialista portuguesa disse ter ficado com a impressão de que "existem vários estrangulamentos" que acabam por impedir a valorização e distribuição dos produtos locais.



A somar a estes estrangulamentos existem ainda as elevadas taxas que os produtores são obrigados a pagar, sem contar com o valor das mesmas, fatores que Susana Costa considera que acabam por tornar o produto mais caro e menos apetecível para ser levado ao circuito normal de comercialização.



"Quanto paga de taxa um produtor até fazer chegar o seu produto no circuito de comercialização normal?", questionou Susana Costa. A Lusa colocou esta questão ao representante do Ministério da Economia que assistia à palestra da professora portuguesa.



"É verdade que existem algumas taxas, mas muitas dessas taxas são cobradas de forma ilegal. O Governo está a trabalhar no sentido de controlar isso melhor, mas de momento já baixou muitas taxas", declarou Abílio Rachide, do Ministério da Economia.



Especialista em comércio internacional e diretora do departamento de marketing e pós-graduação na universidade católica do Porto, Susana Costa entende que a Guiné-Bissau deve trabalhar no sentido de passar a ter um certificado que possa garantir a qualidade e marca aos produtores locais.



Os alimentos, o artesanato, os artefatos do quotidiano, podiam ser comercializados tanto interna como externamente, bastando para isso que houvesse um certificado de qualidade dos produtos, sublinhou a professora portuguesa.

CEDEAO assumirá missão de estabilização a pedido do presidente - Goodluck Jonathan

Abuja - O chefe de Estado nigeriano e presidente em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) garantiu hoje que, se o presidente da Guiné-Bissau solicitar uma força permanente de paz, a organização oeste-africana
"responsabilizar-se-á" pela missão.


Goodluck Jonathan, citado pela Panapress, discursava na sessão de abertura da cimeira extraordinária da CEDEAO sobre a Guiné-Bissau, em Abuja, capital federal da Nigéria, e sublinhou a necessidade de se encontrar rapidamente uma solução duradoura para o país.

"Se o presidente da Guiné-Bissau [Malam Bacai Sanha] solicitar uma força permanente com componentes da União Africana (UA), da CEDEAO e da Lusofonia, a CEDEAO responsabilizar-se-á completamente por esta força", sublinhou.


"A responsabilidade oficial de resolver o problema guineense cabe-nos a todos. Serviremos o nosso interesse colectivo ao resolver este problema", frisou o presidente em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental.


Goodluck Jonathan advertiu que os eventos na Guiné-Bissau "não são um bom presságio" para a subregião oeste-africana.


A cimeira decorre também na presença dos presidentes de Cabo Verde, Pedro Pires, e do Senegal, Abdoulaye Wade, sendo a Libéria representada pelo seu vice-presidente, Joseph Boakai.


Os restantes 10 países membros da CEDEAO enviaram ministros dos Negócios Estrangeiros ou embaixadores.


A cimeira vai discutir, entre outros temas, sobre o desdobramento eventual de tropas na Guiné-Bissau como membros duma força de estabilização neste país.


Em análise está também a possibilidade de enviar especialistas para formar os soldados guineenses na protecção de figuras como o presidente, o primeiro ministro e as principais instituições do Estado.


A Guiné-Bissau tornou-se numa placa giratória do tráfico de droga e atravessa uma crise de liderança desde Março de 2009, altura em que foram assassinados o presidente João Bernardo "Nino" Vieira e o então chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general Tagmé Na Waié.