UNODC cria programa informático para sistema prisional
O programa informático é a última fase do projecto de reabilitação do sistema prisional guineense, liderado pela UNODC e financiado pela Comissão de Consolidação de Paz da ONU para a Guiné-Bissau.
“É um programa informático muito simples, de registo de quem entra e sai, sejam presos, ou visitas", explicou Manuel Pereira.
"Antes, com as prisões que existiam, ninguém sabia porque é que o preso lá estava, qual era a sentença, o que o condenou, quanto tempo deveria lá estar, nem se sabia nome. Depois à noite ia para casa e vinha de manhã", explicou o representante da UNODC em Bissau.
"Não havia controlo, nem registo nenhum", acrescentou.
Segundo Manuel Pereira, com o programa vai ser possível registar todas as pessoas que entram e saem dos estabelecimentos prisionais, incluindo as visitas.
Os primeiros dois estabelecimentos prisionais guineenses no âmbito deste projecto vão ser inaugurados quarta - feira.
20-09-2010 13:07Guiné Conakry
PM se insurge contra aumento da criminalidade
Conakry - O Primeiro-ministro conakry- guineense, Jean Marie Doré, se insurgiu contra o recrudescimento da criminalidade em Conakry e pediu ao ministro de Estado da Segurança, o general Mamadouba Toto Camara, para "tomar imediatamente" as medidas necessárias para combater este flagelo.
O Primeiro-ministro, que se encontrou, sábado à noite, com o general Toto, o chefe do Estado-Maior da Gendarmaria, o general Ibrahima Baldé, bem como com responsáveis da segurança, ordenou-lhes para reprimir as manifestações previstas para esta segunda-feira.
A União das Forças Democráticas da Guiné (UFDG) de Cellou Dalein Diallo, um dos dois candidatos à segunda volta das presidenciais, pretende manifestar-se contra a detenção de vários militantes seus durante recentes confrontos com os
da Coligação do Povo da Guiné (RPG) de Alpha Condé, o outro candidato, alguns dos quais estão detidos.
Doré disse ser inaceitável que "criminosos" criem insegurança no país e que "ninguém esteja seguro", tendo prometido dar imediatamente às forças de segurança todos os meios requeridos para deter num breve prazo os malfeitores.
"Ordeno-lhes para deter os cidadãos que se divertem a provocar incêndios nas nossas instituições(...) Os guineenses devem votar com calma e paz para eleger com transparência o próximo Presidente da República", disse.
Uma importante quantidade de materiais eleitorais destinados à segunda volta do escrutínio presidencial, inicialmente prevista para domingo depois adiada devido "a problemas técnicos", foi queimada, quinta-feira última, num entreposto do quartel Samory Touré.
Um outro violento incêndio destruiu, sexta-feira, as instalações da Força Especial de Segurança do Processo Eleitoral (FOSSEPEL), criada pelos poderes públicos na perspetiva das eleições presidenicais.
Os dois sinistros ocorreram algumas horas após o adiamento da data da segunda volta do escrutínio, que foi denunciado pelo líder da União da UFDG, Cellou Dalein Diallo.
Falando em nome das forças de segurança, o general Toto tranquilizou o Primeiro-ministro, que ameaçou requisicionar o Exército se os resultados na luta contra a criminalidade não forem satisfatórios.
"(...) Já equipei a Polícia (?) Dou-lhe uma semana para restabelecer a ordem. Os meus homens e eu estamos determinados em aniquilar o flagelo do banditismo", disse.
O chefe do Estado-Maior da Gendarmaria, o general Baldé, declarou que a nova estratégia elaborada pelo seu serviço permitirá ter "num breve prazo" resultados convincentes, acrescentando que os seus serviços de inteligência trabalham igualmente no terreno.